Azenha se chamava a um monte onde existiam três azenhas movidas pelas aguas do rio Fevro. No monte da Azenha aconteceram as Aparições de Nossa Senhora das Graças a uma senhora de nome Guilhermina Pereira Pedrosa, apelidada no diminuitivo de Minhinha, residente no lugar de Ordenha. Ela tinha tinha 33 anos na altura das Aparições. Nasceu a 17 de maio de 1902 sendo a Aparição a 25 de Dezembro de 1935. Vivia com sua mãe e sua única irmã, mais velha que ela cinco anos, em condições abaixo da pobreza, quase em condições de sem-abrigo onde a fome era uma realidade, tanta realidade que muitas vezes comiam apenas água com cebola.
Tal era tambem a condição de muitos portugueses no princípio do séc.XX. Tanto Guilhermina como sua irmã Palmira nunca casaram.
Ela tinha por trabalho o oficio de leiteira, isto é, andava pelas casas do agricultores recolhendo leite para basilhas que entregava numa fábrica de queijos da mesma freguesia.
Nossa Senhora lhe apareceu num pinhal como Senhora das Graças, com dois Anjos, um de cada lado, num momento em que ela fitava o sol.
Depois desta Aparição Guilhermina passa a ir bastantes vezes ao pinhal onde passava horas e horas em oração aguardando novamente o feliz encontro com a Rainha dos Céus.
Com a notícia destes acontecimentos, começaram a segui-la milhares de pessoas que com ela rezavam o rosário ou acompanhavam os versos que ela entoava e que foram ensinados por Nossa Senhora.
A dado momento ela anunciava que estava vendo Nossa Senhora apontando o sol. Nossa Senhora vinha vestida com vestido branco e manto azul celeste. Vinha sempre triste por causa dos pecados do mundo. Algumas pessoas tembém viram circulos luminosos durante as Aparições, incluindo milagres do sol.
Em fevereiro de 1936 estando a trabalhar para a fábrica de queijo e manteiga sobreveio forte tempestade, as colegas de trabalho chegaram à fabrica todas ensopadas de chuva e a nossa Guilhermina estava totalmente seca. Perante o espanto a patroa e colegas a questionaram, mas ela, simples e timida confessou que se abrigou debaixo de um sobreiro, o que, claro de ver está que, nao justificava estar completamente de roupa seca. Isto aconteceu varios dias. Então começaram a expia-la e um dia entre as 10h e as 11h da manha viram-na ajoelhar, rezar e exclamar " La está a Nossa Senhora " Assim foi que a patroa dela, Margarida de São Jorge viu o milagre do sol como em Fátima. Daqui a noticia se espalhou e milhares de pessoas começaram a correr para o monte da Azenha, chegando a 15 mil.
"Eu vi coisas lindas quando passava no monte da Azenha" confessou Guilhermina ao autor do livro que relata as Aparições.
" Eu rezava muitos Pai-Nossos e Muitas Ave Marias pelos nós dos dedos porque eu nao tinha terço." Então Nossa Senhora lhe prometeu um e numa estrada quando carregava 35 litros de leite à cabeça e descalça como sempre andava, viu um terço no chão pegou nele com o pé e nunca mais o largou rezando-o sem cessar.
Dizia ela:-" Nossa Senhora apareceu-me no caminho do monte acompanhada por dois Anjos, olhei o sol e lá estava Ela linda, cheia de Luz. Eu tive medo mas Ela sossegou-me: " Não tenhas medo. Sou a tua mãe " Eu então ainda mais amedrontada respondi: " Mas a minha mãe está em casa paralisada"
Ela então me disse: " Sou a tua Mãe do Céu"
O autor do livro a questiona: " Minhinha, Nossa Senhora falava consigo?"
" Falava, dizia-me para que rezasse muito e revelava-me certas coisas, fazia milagres. Mas já em pequena eu via anjos, os anjos brincavam comigo...Eu pensava que outras crianças também os viam, mas eles mostravam-se só a mim. Nossa Senhora estava a preparar-me para a Sua visita."
As Aparições davam-se a 25 de cada mês entre as 9h e as 10h da manhã. Nossa Senhora também veio em outros dias. Algumas vezes Nossa Senhora vinha com uma palma na mão com a qual algumas vezes tocou a vidente Guilhermina. Numa Aparição de fevereiro, debaixo de muita chuva, o chão ficou lamacento e Nossa Senhora mandou Guilhermina fazer um buraco de onde brotou uma nascente santa sobe o lema " Aqui anda a mão de Deus."
A mãe, paralizada na cama à mais de 10 anos e a irmã da vidente não acreditavam nela pelo que muito a fizeram sofrer mas ela sempre tinha o conforto de Nossa Senhora. Um dia ela profetizou à mãe que o porco que estava no curral saíria, entraria dentro de casa, iría à cama da mãe e poria as patas na cama dando duas grunhidelas e sairia novamente em direçao ao curral de onde tinha saído. Assim aconteceu. A mãe passou a crer mas a irmã Palmira continuou a duvidar até que um dia, chamada por Guilhermina à janela viu o local das Aparições e três raios que a fizeram desmaiar. Guilhermina a acordou tocando-lhe na cara e lhe disse para nao voltar a duvidar. A vidente foi um dia à igreja da Santissima Trindade no Porto onde teve a visão da mesma Santíssima Trindade com Nossa Senhora. Viu e ouviu anjos cantando o "Tanto Ergo"
Em certa Aparição no monte da Azenha, ela viu abrirem-se as portas do Céu. Ela disse" : Abriram-se as Portas do Céu e saiu uma grande procissão". Então ela entoou o "Tantum Ergo " e gritou " Atiremo-nos por terra porque não somos dignos de ver o que está baixando dobre nós. É O DIVINO ESPÍRITO SANTO " Ela mesma se prostrou por terra.
A vidente sofreu muito com críticas e até com a excomunhão que lhe foi imposta a ela e aos peregrinos do monte da Azenha.
Foi construida um cruzeiro e uma capela na Azenha onde se deram muitas curas, fenomenos e milagres, inclusivé uma senhora paralitica que chegou à capela num carro de bois e saiu a andar por seu pé.
A vidente era de temperamento manso, muito humilde, tímida. Conhecida pelo constante milagre de sair debaixo de chuva forte e nunca se molhar. De forma mística, talvez bilocaçao visitada os moribundos, alguns deles que a difamaram.
Pelo que se sabe ela teve Aparições até 1970 podendo ser até mais tempo.
Mininha, como era conhecida, caiu, fracturou um osso da anca. Recolheu à cama e no dia 22 de agosto, dia de Nossa Senhora Rainha do Universo, olhando fixamente para o alto, levantou as mãos por três vezes e disse " Já vou" e morreu no mesmo instante. Faleceu em 1974, aos 72 anos.
Glória a Deus por sua vida!
Gloria a Nossa Senhora das Graças, Senhora da Azenha!
